sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Curso Conversas: "Trabalho e formação docente" com Profª Renata Flores (CAp UFRJ)

     “Educadores são os pais.” Essa foi a afirmação que mais me indignou no vídeo que assistimos, para provocação proposital, e é o que estimula este texto, pois em outras situações ele, talvez, tivesse uma conotação diferente. Não vejo diferença entre o educador e o professor, para mim os verdadeiros professores são aqueles que educam como a filhos, pois querem provocar a transformação do seu aluno, vê-lo evoluir – se é que posso usar a palavra evolução com todas as conotações que ela pode ter.
      Nosso encontroo do Curso Conversas desta semana foi sobre trabalho e formação docente e desde o texto de apoio, bem provocador, aos vídeos que assistimos em aula podemos observar a grande relação que o professor tem com a sociedade. Como o pensamento hegemônico “despretensioso” – entre muitas aspas – quer colocar sobre o professor a causa ou a solução de todos os males do mundo – sem exageros.
    “Professor não é profissão, é missão, dom...” são frases que a princípio podem ser interpretadas como engrandecedoras, mas estão calcadas por um tom preconceituoso e desvalorizador que se perpetua a cerca da Educação Básica. Vejo muito esse discurso ser fomentado dentro da academia quando o universitário – que não seja de pedagogia – quer pesquisar ou desenvolver trabalhos que tenham como foco a Educação Básica. Licenciandos impedidos de pesquisar sobre temas que lhe instigam porque não têm por quem serem orientados.
      Mas, o que me conforta é que fomos incitados neste encontro a não assistir falas como a do início deste texto – ou do parágrafo anterior – e não saber o que responder. Não! Precisamos estudar mais, nos capacitar mais e bater de frente com aqueles que querem nos impedir de sermos educadores, transformadores da realidade, de fazer a diferença, de sermos professores acima de tudo como o maior título que possamos conquistar. Infelizmente, a sociedade não percebe o quanto o investimento na educação básica poderia transformar muito a nossa realidade social, pois investir na base de uma pirâmide é fortificá-la para sempre crescer. Entretanto, o que vemos atualmente é o topo da pirâmide pensando nele e esquecendo-se de fortalecer a base e isso pode ruir com toda a construção.
    Outro erro comum em nossa fala é querer separar a prática da teoria ou valorizar uma em detrimento da outra. Teoriapraticateoria, não há como separar. Uma adentra e nos faz repensar a outra. A teoria é muito importante para embasar nossas práticas diárias e com elas refletirmos a respeito do que vivenciamos no cotidiano e com o acumulo de prática podemos rever, transformar e modificar as teorias utilizadas como base e, por que não, construir uma pesquisa que revele uma nova teoria para auxiliar nas práticas cotidianas de nossos pares.
Infelizmente a ascensão oferecida a um professor, principalmente do Ensino Básico, é retirá-lo das salas de aula, é afastar o profissional daquilo que ele é especialista em fazer. Por estes e outros motivos devemos estar bem embasados sobre nossas práticas e dominando as teorias existentes, para podermos questionar governos e secretarias a cerca do que querem impor aos educadores. Educadores sim! E é loucura para quem não entende, mas quem é professor, verdadeiramente, luta por melhores condições de trabalho para todos e não escolheu esta carreira como última opção, escolheu por ser a melhor opção.

Profª Renta Flores - CAp UFRJ












































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