No dia 8 de outubro tivemos nosso sexto encontro do curso Conversas entre Professores. Foi a primeira aula do módulo de matemática, com a professora Maria Lúcia Brandão.
Esbanjando simpatia, a primeira proposta da aula foi questionar a proposição do senso comum de que matemática é um bicho de sete cabeças: naturalmente muito complicada e designada apenas para os 'gênios', super inteligentes.
Sendo assim, a matemática é interpretada, no geral, como um mistério desafiador que só pessoas muito preparadas podem se atrever a desvendar.
A professora, que trabalha com literatura e matemática, propõe que não há nada de impossível na matéria e que devemos superar os estigmas sociais relacionados a ela.
O primeiro jogo pedia aos alun@s para se organizarem em grupos e a proposta consistia em redigir uma carta a uma determinada empresa que solicitaria um determinado jogo, mas sem descrever o nome desse jogo ou a função, apenas caracterizando as peças (se pequenas ou grandes, cores, formatos etc.). A carta deveria ser a mais breve possível e abranger as informações necessárias para identificação do material.
A proposta dessa atividade era avaliar, através da elaboração de um texto, a forma que os cursistas usam a linguagem e o quanto a escrita clara e coerente é fundamental para a compreensão de qualquer coisa.
Na segunda atividade uma cursista sorteou uma peça dos blocos lógicos em um saco e determinou duas características dessa peça para o próximo bloco escolhido. Se o bloco de dentro do saco fosse um sólido triangular vermelho e pequeno, ou pequeno e de espessura fina, ou amarelo e redondo, por exemplo, uma outra cursista deveria escolher um sólido, este visível e fora do saco, com as mesmas duas características escolhidas (se o bloco escolhido dentro do saco fosse vermelho e o cursista determinasse apenas a cor como característica, o outro bloco deveria ser vermelho, independente da forma ou tamanho).
O objetivo foi "montar uma cobra" com as peças dos blocos: uma cursista vai iniciar com uma peça e a próxima peça, escolhida por outra cursista, deverá se diferenciar por uma característica da peça anterior; se a primeira cursista escolher um círculo pequeno, amarelo e de espessura fina, a segunda cursista poderá escolher um círculo pequeno, vermelho e fino, por exemplo. Assim o jogo segue e a cobra vai ficando maior, ou seja, ganhando mais peças. A cada três ou quatro cursistas o número de características a serem alteradas da peça anterior vai mudando: duas ou três.
Um dos cursistas questionou o modo como as perguntas seriam formuladas e argumentou que para ele passava um duplo sentido e comprometia o entendimento pleno. Penso que é necessário atentar para essa questão, pois já que matemática é linguagem essa linguagem deve ser pensada de modo que explicite o sentido mais claro e objetivo possível.
Exemplo: uma das 5 participantes tem um sólido triangular, grande, vermelho e de espessura fina. A sexta participante tira da sacola um sólido quadrado, grande, amarelo e de espessura fina. A primeira participante deverá dar dois passos. E assim vai.
Para alguns, determinadas tarefas serão mais fáceis com a menor quantidade de diferenças a serem analisadas; para outros, quanto maior o número de diferenças, mais instigante será. Vai depender de cada um, mas o tempo de todos deverá sempre ser respeitado e suas dificuldades analisadas para que a turma, enquanto coletivo, possa avançar sem deixar ninguém para trás.
Relato por Andressa Coelho
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Professora Maria Lúcia |
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