quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Curso Conversas: "Matemática I" com Profª Maria Lúcia Brandão

No dia 8 de outubro tivemos nosso sexto encontro do curso Conversas entre Professores. Foi a primeira aula do módulo de matemática, com a professora Maria Lúcia Brandão.

Esbanjando simpatia, a primeira proposta da aula foi questionar a proposição do senso comum de que matemática é um bicho de sete cabeças: naturalmente muito complicada e designada apenas para os 'gênios', super inteligentes.

É importante pontuar que caricaturizar cria no imaginário um valor ou uma imagem que não corresponde à realidade. Quando um aluno é representado de determinada maneira por gostar ou ter bom desempenho em matemática, isso reforça paradigmas que suscitam imagens errôneas na crença das pessoas. Elas podem interpretar que, por não serem de um determinado jeito, não se vão se adequar à determinada coisa. Ou ainda que não tem necessidade de aprender algo, pois não é seu "perfil". 

Sendo assim, a matemática é interpretada, no geral, como um mistério desafiador que só pessoas muito preparadas podem se atrever a desvendar.


A professora Maria Lúcia vai indicar o "segredo" para resolução de questões matemáticas: a linguagem. "O português é cheio de lógica e a matemática cheia de linguagem". Portanto, a interpretação de códigos é essencial para desenvolvimento da matéria.

A professora, que trabalha com literatura e matemática, propõe que não há nada de impossível na matéria e que devemos superar os estigmas sociais relacionados a ela.


Durante a aula, após a exposição de algumas questões, tivemos a apresentação de jogos infantis que trabalham com lógica e linguagem. 

O primeiro jogo pedia aos alun@s para se organizarem em grupos e a proposta consistia em redigir uma carta a uma determinada empresa que solicitaria um determinado jogo, mas sem descrever o nome desse jogo ou a função, apenas caracterizando as peças (se pequenas ou grandes, cores, formatos etc.). A carta deveria ser a mais breve possível e abranger as informações necessárias para identificação do material.


A proposta dessa atividade era avaliar, através da elaboração de um texto, a forma que os cursistas usam a linguagem e o quanto a escrita clara e coerente é fundamental para a compreensão de qualquer coisa.

Na segunda atividade uma cursista sorteou uma peça dos blocos lógicos em um saco e determinou duas características dessa peça para o próximo bloco escolhido. Se o bloco de dentro do saco fosse um sólido triangular vermelho e pequeno, ou pequeno e de espessura fina, ou amarelo e redondo, por exemplo, uma outra cursista deveria escolher um sólido, este visível e fora do saco, com as mesmas duas  características escolhidas (se o bloco escolhido dentro do saco fosse vermelho e o cursista determinasse apenas a cor como característica, o outro bloco deveria ser vermelho, independente da forma ou tamanho).

O terceiro jogo era o "jogo das diferenças";  os cursistas  organizaram as cadeiras em roda e os blocos lógicos foram amontoados no chão. 

O objetivo foi "montar uma cobra" com as peças dos blocos: uma cursista vai iniciar com uma peça e a próxima peça, escolhida por outra cursista, deverá se diferenciar por uma característica da peça anterior; se a primeira cursista escolher um círculo pequeno, amarelo e de espessura fina,  a segunda cursista poderá escolher um círculo pequeno, vermelho e fino, por exemplo. Assim o jogo segue e a cobra vai ficando maior, ou seja, ganhando mais peças. A cada três ou quatro cursistas o número de  características a serem alteradas da peça anterior vai mudando: duas ou três.


O quarto jogo foi "a peça escondida", no qual uma cursista, de olhos vendados, tenta adivinhar qual peça ele tem em mãos através da ajuda da turma, que só poderá responder "não" a suas perguntas sobre a peça. 

Um dos cursistas questionou o modo como as perguntas seriam formuladas e argumentou que para ele passava um duplo sentido e comprometia o entendimento pleno. Penso que é necessário atentar para essa questão, pois já que matemática é linguagem essa linguagem deve ser pensada de modo que explicite o sentido mais claro e objetivo possível.


O quinta jogo também é definido como "jogo das diferenças": cada uma das 5 cursistas escolherá uma peça dos blocos lógicos. Uma outra cursista ficou com os blocos restantes e era responsável por tirar uma peça. Cada uma das 5 participantes deverá dar um passo para cada diferença da sua peça para a peça escolhida pela 6ª partipante.

Exemplo: uma das 5 participantes tem um sólido triangular, grande, vermelho e de espessura fina. A sexta participante tira da sacola um sólido quadrado, grande, amarelo e de espessura fina. A primeira participante deverá dar dois passos. E assim vai.


Os jogos exercitam a capacidade de resolução de problemas, pois oferecem a prática de raciocinar com algo que se aplica à situações cotidianas: evidenciar diferenças ou "problemas" que não se encaixam naquele momento para buscar a melhor solução possível.

Para alguns, determinadas tarefas serão mais fáceis com a menor quantidade de diferenças a serem analisadas; para outros, quanto maior o número de diferenças, mais instigante será. Vai depender de cada um, mas o tempo de todos deverá sempre ser respeitado e suas dificuldades analisadas para que a turma, enquanto coletivo, possa avançar sem deixar ninguém para trás.


Relato por Andressa Coelho

















Professora Maria Lúcia













































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