Por: Franco Biondo
O módulo de Matemática foi organizado e ministrado pela professora Maria Lúcia Brandão, sendo dividido em dois encontros. O segundo encontro ocorreu no dia 22 de outubro e contou com a apresentação e explicação de alguns métodos de ensino referentes à representação numérica e operações que a professora costuma utilizar em suas turmas.
O módulo de Matemática foi organizado e ministrado pela professora Maria Lúcia Brandão, sendo dividido em dois encontros. O segundo encontro ocorreu no dia 22 de outubro e contou com a apresentação e explicação de alguns métodos de ensino referentes à representação numérica e operações que a professora costuma utilizar em suas turmas.
Ao se apresentar, a professora disse
que está em sala de aula há mais de 40 anos e que, depois de fazer o Curso
Normal, “não aprendi nada”. Disse que o aprendizado veio com a experiência
profissional, o que me fez pensar que esse tipo de discurso não é exclusivo de
quem fez Curso Normal. Não é raro um licenciado dizer que não aprendeu a lidar
com os principais desafios diários da profissão docente durante sua graduação.
Ao mesmo tempo que reconheço que não é possível um preparo total para a vida
profissional, identifico aspectos nas grades de licenciatura que poderiam ser
modificados.
A primeira atividade abordava a
numeração egípcia, ao que a professora pediu que os cursistas fizessem alguns
exercícios de soma. A maior parte do grupo compreendeu a tarefa de prontidão,
mas houve alguns momentos de reflexão e frases como “se eu fosse criança eu ia
sentar e chorar”. Achei isso interessante porque traduz a tensão com matemática
que muitos de nós sentimos e que carregamos desde a infância.
A segunda atividade utilizou
material dourado, algo bastante comum nas escolas no ensino de Matemática. A
professora escreveu o número 1705 no quadro e pediu que os cursistas usassem o
material para chegar nesse valor. Mais uma vez, a maioria não teve
dificuldades, mas a pergunta “por que 17 placas?” mostra que, ao sermos
deslocados de nossa forma habitual de raciocínio, levamos um tempo para nos
adaptarmos para uma forma que não utilizados há muito tempo. No entanto, para a
criança que está aprendendo, esse raciocínio ainda precisa ser alcançado, e aí
se insere a relevância do material dourado.
A seguir, a professora pediu que
alguns cursistas voluntários se posicionassem na frente da turma, cada um com
um algarismo, para que pudesse fazer algumas perguntas a respeito das casa de
milhar, centena, dezena etc. Ela disse que costuma fazer essa brincadeira com
seus alunos, como uma estratégia complementar de ensino.
Na última atividade, sobre divisão,
a professora escreveu algumas contas no quadro e explicou que é interessante
usar diferentes números para ir gradualmente compondo cada divisão. Disse que,
com o passar do tempo (e dos exercícios), o aluno vai melhorando sua capacidade
de estimativa. Os cursistas, então, fizeram a última atividade.
Apesar de não ter contado com um
compartilhamento geral de experiências com Matemática em sala de aula, o
encontro abordou técnicas diversas, realizadas de múltiplas formas, que
acredito terem acrescentado bastante ao repertório dos cursistas. Achei esse
tipo de encontro particularmente importante para Matemática porque, como disse
acima, se trata de uma matéria bastante desafiadora para muitos estudantes.
Penso que toda técnica de ensino deve ser esmiuçada porque, como a professora
bem disse, “tudo é muito bobo pra gente, pra eles nada é bobo”. No caso, como
vimos ao longo do encontro, nem sempre tudo é muito bobo, nem mesmo pra gente.
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