quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Curso Conversas: "Matemática II" com Profª Maria Lúcia Brandão

             Por: Franco Biondo
          O módulo de Matemática foi organizado e ministrado pela professora Maria Lúcia Brandão, sendo dividido em dois encontros. O segundo encontro ocorreu no dia 22 de outubro e contou com a apresentação e explicação de alguns métodos de ensino referentes à representação numérica e operações que a professora costuma utilizar em suas turmas.

            Ao se apresentar, a professora disse que está em sala de aula há mais de 40 anos e que, depois de fazer o Curso Normal, “não aprendi nada”. Disse que o aprendizado veio com a experiência profissional, o que me fez pensar que esse tipo de discurso não é exclusivo de quem fez Curso Normal. Não é raro um licenciado dizer que não aprendeu a lidar com os principais desafios diários da profissão docente durante sua graduação. Ao mesmo tempo que reconheço que não é possível um preparo total para a vida profissional, identifico aspectos nas grades de licenciatura que poderiam ser modificados.

            A primeira atividade abordava a numeração egípcia, ao que a professora pediu que os cursistas fizessem alguns exercícios de soma. A maior parte do grupo compreendeu a tarefa de prontidão, mas houve alguns momentos de reflexão e frases como “se eu fosse criança eu ia sentar e chorar”. Achei isso interessante porque traduz a tensão com matemática que muitos de nós sentimos e que carregamos desde a infância.

            A segunda atividade utilizou material dourado, algo bastante comum nas escolas no ensino de Matemática. A professora escreveu o número 1705 no quadro e pediu que os cursistas usassem o material para chegar nesse valor. Mais uma vez, a maioria não teve dificuldades, mas a pergunta “por que 17 placas?” mostra que, ao sermos deslocados de nossa forma habitual de raciocínio, levamos um tempo para nos adaptarmos para uma forma que não utilizados há muito tempo. No entanto, para a criança que está aprendendo, esse raciocínio ainda precisa ser alcançado, e aí se insere a relevância do material dourado.

            A seguir, a professora pediu que alguns cursistas voluntários se posicionassem na frente da turma, cada um com um algarismo, para que pudesse fazer algumas perguntas a respeito das casa de milhar, centena, dezena etc. Ela disse que costuma fazer essa brincadeira com seus alunos, como uma estratégia complementar de ensino.

            Na última atividade, sobre divisão, a professora escreveu algumas contas no quadro e explicou que é interessante usar diferentes números para ir gradualmente compondo cada divisão. Disse que, com o passar do tempo (e dos exercícios), o aluno vai melhorando sua capacidade de estimativa. Os cursistas, então, fizeram a última atividade.

            Apesar de não ter contado com um compartilhamento geral de experiências com Matemática em sala de aula, o encontro abordou técnicas diversas, realizadas de múltiplas formas, que acredito terem acrescentado bastante ao repertório dos cursistas. Achei esse tipo de encontro particularmente importante para Matemática porque, como disse acima, se trata de uma matéria bastante desafiadora para muitos estudantes. Penso que toda técnica de ensino deve ser esmiuçada porque, como a professora bem disse, “tudo é muito bobo pra gente, pra eles nada é bobo”. No caso, como vimos ao longo do encontro, nem sempre tudo é muito bobo, nem mesmo pra gente.
































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