quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Curso Conversas: "Literatura II" com Profª Lúcia Fernanda

A segunda aula do módulo de Literatura com a professora Lúcia Fernanda foi mais intimista do que o primeira. Por ser véspera de feriado, algumas faltas.

A aula começou com a professora Lúcia contando sobre os livros que ela escolheu para levar às aulas do Curso. Espalhados sobre a mesa, os livros estavam disponíveis para que todos xs cursistas pudessem consultar, folhear. Obras muito peculiares e criativas.

A professora relatava e explicava com muita paciência e doçura sobre construções de histórias infantis; a importância de ler os clássicos, as alterações no sentindo das histórias (suavizar histórias para crianças etc.), e também a importância de trabalhar com todas essas formulações de histórias. Contava que se apaixonar por personagens era um fator importante para valorizar a literatura, pois "é só ler que a personagem volta".
A professora então exibiu o curta-metragem "Fantásticos livros voadores". Após isso, iniciou uma brincadeira com os cursistas: cada um deles deveria escrever num papelzinho o nome de um personagem que eles gostassem e na vez de cada um dariam pistas/informações sobre os personagens para que a turma tentasse descobrir qual personagem era. Essa atividade pode ser utilizada em classe como um exercício de memória, e também como um trabalho cultural, de modo que pode aguçar a curiosidade dxs alunxs para diversas obras.
Os cursistas também relataram sobre as experiências com seus alunos e outras crianças (primos, sobrinhos) que se interessaram por livros.

A professora vai elucidar a importância de facilitar o acesso a materiais clássicos, adaptados ou não, pois a partir de ideias clássicas pode-se construir muitas coisas. Ter contato com ideias e linguagens diferentes e fora do comum é extremamente enriquecedor e instigante.
Todo trabalho com literatura deve ser analisado constantemente: é preciso dialogar com xs alunxs o que acham do material, qual a preferência delxs, do que gostam, por que não gostou ou por que gostou. É interessante também que aproveitemos os 'momentos certos', que pensemos em que condições estamos lendo, se está a mais própria possível para que xs alunxs se sintam confortável e realmente parte de um projeto ou atividade, e não obrigados. E por cada turma ter sua particularidade, toda atividade deve ser pensada com cuidado e levando em consideração que replicar e reciclar projetos talvez não dê certo com várias turmas.

Uma cursista relatou que uma de suas alunas gostava muito de ler e descobriu e desenvolveu o hábito de escrever todas as palavras novas que conhecia através das leituras que fazia, construindo um "mini dicionário", para que pudesse aplicá-las depois. Isso incentivou demais a turma, que perguntava como a menina utilizava tantas palavras diferentes.
Nada mais oportuno para aproveitar a "deixa" de uma turma curiosa do que levá-los para conhecer bibliotecas públicas: mostrar a importância desses espaços e da difusão de material para o incentivo à leitura, sem restrições. A escola pública, por exemplo, também é um importantíssimo espaço público onde pode e deve ser desenvolvimento projetos de incentivo. Bibliotecas de bairro também foram citadas como um local interessante para as crianças procurarem, caso tenham acesso. 

A professora também apresentou os "tapetes contadores de histórias", que são peças maravilhosas de um trabalho artístico que explora costura, linguagem, narrativas, literatura, performances teatrais etc. Também destacou a relevância da interação adulto-criança; a empolgação, a interpretação quando da contação de histórias; o envolvimento com a narrativa, o vigor que se dá aos personagens, a reinvenção e a criatividade etc. Então a professora mostrou sua caixinha de teatro de sombras que ela também usa para contar histórias.

Para encerrar, transmitiu o curta "A flor maior do mundo", de José Saramago, onde o autor conta um pouco do que é escrever para crianças, atividade que considera muito difícil. 

A reflexão que fica é que, antes de tudo, superemos qualquer preconceito que tenhamos em relação à literatura infantil. Entendamos que cada um tem o seu tempo e todos têm suas peculiaridades. Que a literatura e a linguagem deve nos unir, jamais separar. E a importância da escola como espaço público para pautar questões que exercitem nossa sensibilidade para questões coletivas.

"E se as histórias para crianças fossem as mesmas para os adultos? Aprenderiam o que há tanto tempo tentam ensinar?"

Relato por Andressa Coelho












Professora Lucia Fernanda


























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